JOCA – (entra) Oi pessoal!
CLARINHA – (entra) Oi pessoal!
JOCA – (com medo) Ai, ai ai – ai, ai ai.
CLARINHA – "Ai, ai, ai", Joca?
JOCA – É, Clarinha: ai, ai, ai.
CLARINHA – Onde está doendo, Joca?
JOCA – Em lugar nenhum, Clarinha.
CLARINHA – Então por que você disse "ai, ai, ai".
JOCA – Ah, Clarinha: eu nem te conto.
CLARINHA – Conta sim, Joca.
JOCA – Não, nem te conto.
CLARINHA – Mas Joca: se você não me contar... Como é que eu vou saber?
JOCA – Tem razão, Clarinha.
CLARINHA – Então conta: por que "ai, ai, ai?”
JOCA – Bem, Clarinha... É "ai, ai, ai...” De medo.
CLARINHA – Medo, Joca?
JOCA – É: medo.
CLARINHA – Mas... Medo de que?
JOCA – Ah, Clarinha: eu nem te conto.
CLARINHA – Conta sim, Joca.
JOCA – É que, na minha casa quando todo mundo vai dormir, minha mãe apaga a luz.
CLARINHA – Na minha casa também, Joca.
JOCA – E você não tem medo, Clarinha.
CLARINHA – Medo de que, Joca?
JOCA – Medo... De escuro!
CLARINHA – Não. Eu não tenho medo de escuro não.
JOCA – É? Mas eu tenho. Ontem eu estava com uma vontade de ir ao banheiro, mas uma vontade... Bem grande mesmo.
CLARINHA – E daí?
JOCA – Daí que eu chamei minha mãe. Mas ela estava dormindo. Eu chamei de novo. E nada.
CLARINHA – E daí, Joca?
JOCA – Daí, Clarinha, que quase, viu?
CLARINHA – Quase o que, Joca?
JOCA – Ah, você sabe... Quase.
CLARINHA – Eu não sei não. Quase o que?
JOCA – Quase que eu fiz... Bem, (da uma risadinha) quase que eu molhei a cama.
CLARINHA – Joca! O que que é isso?
JOCA – Ué: eu tenho medo.
CLARINHA – Mas medo de que, Joca?
JOCA – Medo do escuro.
CLARINHA – Ah, Joca, Joca. São Paulo disse assim:
SÃO PAULO – (voz em off) Se Deus é por nós quem será contra nós?
CLARINHA – Viu, Joca?
JOCA – Clarinha: eu não entendi.
CLARINHA – Joca: Deus está conosco, certo?
JOCA – Certo.
CLARINHA – Então: se Deus está conosco quem pode nos fazer mal?
JOCA – Ah entendi: Deus está comigo sempre.
CLARINHA – É isso aí, Joca.
JOCA – Deus está comigo no claro e no escuro.
CLARINHA – Isso mesmo, Joca.
JOCA – Então... eu não preciso mais ter medo! Oba!
CLARINHA – Êba!
JOCA – Clarinha: eu me sinto muito melhor agora, viu?
CLARINHA – Que bom, Joca.
JOCA – Eu não vou mais ter medo!
CLARINHA – É isso aí, Joca!
JOCA – Olha: minha vida mudou!
CLARINHA – Êba!
JOCA – Sem medo daqui pra frente!
CLARINHA – É isso aí, Joca!
JOCA – Eu me transformei, Clarinha.
CLARINHA – O amor de Deus é assim mesmo, Joca. Ele transforma a gente.
JOCA – Que legal! Eu vou contar pra minha mãe! Tchau pra vocês.
CLARINHA – Tchau!
quinta-feira, 5 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário