terça-feira, 13 de maio de 2008

TRABALHAR COM PAIS

BENEFÍCIOS DO TRABALHO COM OS PAIS

Trabalhar com os pais não é fácil, mas é extremamente útil. A experiência e a investigação têm demonstrado que a participação dos pais nas atividades educativas dos filhos, embora difícil de operacionalizar e capaz de gerar grandes resistências no interior das instituições, só têm benefícios.

Esses benefícios observam-se num amplo leque de situações e competências. Relativamente às crianças e adolescentes, podemos destacar a melhoria dos níveis de aprendizagem (maior atenção e entusiasmo nas atividades), uma maior capacidade para utilizar na vida corrente esses conhecimentos, um desenvolvimento mais completo e harmonioso e uma representação mais positiva da aprendizagem e das instituições educativas. Também tendem a permanecer ligados à paróquia por mais tempo, indo mais longe e em menos tempo, com a conseqüente redução do abandono.

Do ponto de vista dos catequistas, apesar da já citada dificuldade em iniciar um programa de incentivo à participação dos pais, também beneficiam pelo fato dos catequizandos melhorarem a sua participação e postura, mas igualmente porque os pais podem colaborar eficientemente em muitas atividades que resultam pesadas para os primeiros, podendo ajudá-los a concentrar-se melhor na preparação e implementação das tarefas educativas próprias do seu papel. Neste sentido, os pais deixam de ser vistos como clientes distantes (por vezes ameaçadores ou conflituosos), e tornam-se em primeiro lugar, colaboradores úteis e mais tardes verdadeiros parceiros educativos.

Os pais beneficiam através dos resultados obtidos com os filhos, mas também de forma direta, no sentido em que se vêm valorizados nas suas competências e saberes (quaisquer que sejam estes, formais ou informais), e todas as pessoas apreciam ser valorizadas. Por outro lado, as Paróquias são pólos formativos relevantes, embora frequentemente desaproveitados. Queremos com isto dizer que são instituições freqüentadas por pessoas com formação (intelectual, humana, religiosa) e experiência educativa (sacerdotes, professores, médicos, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais com talentos nas áreas da educação e formação, assim como muitos casais estruturados e experientes, independentemente do tipo da sua atividade profissional, alguns dos quais inseridos em movimentos de Igreja direcionados para a família e o casal). Aproveitando estes recursos humanos, e ainda os espaços e materiais que já existem nas paróquias, podemos trabalhar para favorecer e facilitar a participação dos pais na catequese dos filhos.

Assim, é possível conseguir para estes uma oportunidade de fazer um percurso catequético de adultos (catequese de adultos, catequese familiar), pois talvez se aproximem mais para receber formação uma vez que já a procuram no seu papel de pais. Também podemos dar-lhes formação de apoio à função parental, facilitar-lhes o contacto estruturado e positivo com outros pais para poderem trocar experiências e até desenvolver um círculo de ajudas, e ainda favorecer a sua auto-estima e a imagem de si enquanto pessoas, sublinhando as suas capacidades e competência para ajudar a sua família, outras famílias e a paróquia, o que é importante para melhorar a sua capacidade de entender e educar os filhos. A melhor ajuda que podemos dar aos pais é a de os fazer sentir-se capaz de educar bem os filhos e incentivá-los a desenvolver um projeto educativo próprio.

NÍVEIS DE PARTICIPAÇÃO DOS PAIS

Antes de uma paróquia se decidir a tomar medidas para promover a participação dos pais, deve começar por analisar qual é a participação atual. Uma participação inexistente, escassa ou ineficiente é já uma forma de participação. Um projeto ou programa que vise promover novas formas de relação não vai ser construído sobre o nada, mas sobre a tradição e o hábito (pré-) existente. Sem os conhecer e integrar no novo projeto corre-se o risco de não atingir os objetivos, quer por não se considerarem os hábitos e resistências anteriores, quer por se tentar uma realização que não corresponde nem às idéias nem às necessidades dos supostos beneficiários.

O segundo passo consiste em decidir que tipo e nível de participação vamos implementar, definindo objetivos a curto, médio e longo prazo, ou seja, para este ano, para os próximos dois, para daqui a três anos.

Embora os modelos de análise de participação dos pais variem, podemos sintetizar os diversos níveis em cinco escalões.

Nível

Participação

Pais Clientes

Educação parental (reuniões, grupos de reflexão).

Ajudar os filhos em casa

Pais Agentes

Comunicar com os Pais, frequentemente, em ambos os sentidos.

Clima amistoso e aberto

Apoiar as atividades da catequese

Pais Parceiros

Defender pontos de vista, dar sugestões, ser consultado.

Pais Colaboradores

Trabalhar em conjunto: os pais são colaboradores ativos e encorajados a participar.

Educação Partilhada

Participar nas decisões: educação partilhada, colaboração direta de todos, reflexão e planificação conjunta.

“PAIS CLIENTES” - O primeiro é o mais elementar, uma vez que os pais são vistos como “clientes” (alguém que vai buscar alguma coisa à catequese: informação, formação), embora apesar de tudo se observem diferenças importantes na forma como esses clientes são tratados. Frequentemente os pais acham que as reuniões para que foram convocados não têm interesse, são mal organizadas e que os tratam de modo infantilizador (os promotores são os que sabem, os pais os que ignoram), os horários não são compatíveis com a sua vida profissional e familiar, e não têm onde deixar os filhos.

Os catequistas acham que os pais não aderem que vão às reuniões em número reduzido, normalmente sempre os mesmos e nunca os que “precisavam” (leia-se, aqueles cujos filhos “dão problemas”). Deste modo, a tendência revela um número escasso de ocasiões para encontro e diálogo, um grupo de promotores desmotivados e frequentemente pouco cuidadosos. Os “clientes” mostram-se cada vez menos assíduos, porque o produto não é atrativo nem adequado.

Aos “clientes” também é freqüente solicitar-lhes o acompanhamento dos filhos em casa e a falta deste acompanhamento constitui uma falha habitualmente apontada quando as aprendizagens das crianças e adolescentes não são positivas ou o seu comportamento se revela difícil, e infelizmente amiúde a única diagnosticada na globalidade do processo educativo. Como os pais não dão melhor ou maior acompanhamento aos filhos essencialmente por não saberem como ou não terem condições materiais ou psicológicas para fazê-lo, esse diagnóstico é sentido como uma acusação culpabilizadora, o que dificilmente incentiva uma mudança de atitudes.

Assim, mesmo relativamente ao nível mais elementar da participação dos pais, muito trabalho há a fazer, e de alguns aspectos importantes deste esforço nos ocuparemos mais adiante.

“PAIS AGENTES” - O segundo nível envolve mais os pais e considera-os mais plenamente como os agentes principais da educação dos filhos. A instituição quer beneficiar de um clima de proximidade, amistoso e aberto, em que as pessoas se conhecem bem e confiam umas nas outras. Este clima começa na organização dos espaço, disponibilizando salas para os pais esperarem pelos filhos, se encontrarem uns com os outros em condições de poder conversar e descansar dos seus múltiplos afazeres, e nos quais circulam os responsáveis da catequese, dispostos a estabelecer relações fortes e positivas, a aconselhar e a pedir ajuda. Tais espaços são também a sede de um esforço intenso de comunicação, usando cartazes, linhas de telefone (no dia tal, às tantas horas, é possível falar ao telefone com os responsáveis ou os catequistas; os catequistas telefonam periodicamente para conversar com os pais) e o envio de mensagens escritas, procurando que os pais estejam bem informados das atividades dos filhos e da sua fundamentação (explicar legitima as nossas opções).

Nalgumas paróquias, o esforço de estabelecer uma relação duradoura e profunda tem levado catequistas e sacerdote a fazer “visitas domiciliárias” às famílias que “nunca aparecem”, um trabalho particularmente difícil nas zonas mais degradadas das grandes cidades ou acidentado nas zonas rurais mais longínquas. Não é um trabalho que deva ser feito como uma iniciativa isolada de uma pessoa, nem apenas uma vez, pois há que ter em conta os problemas concretos a enfrentar, não poucas vezes de segurança, mas também porque não é legítimo criar-se expectativas nas pessoas que depois não são respeitadas. Por melhores que sejam as intenções, não se trata de ir à aventura. Mas é sempre possível refletir sobre o que queremos oferecer às famílias e aos nossos catequizandos, estudar conscientemente as possibilidades materiais e humanas de ir mais longe, analisar as condições de que dispomos, assim como as ajudas a considerar de outras estruturas paroquiais e as possibilidades de um trabalho sério feito em conjunto.

Por fim, estes pais, agentes educativos, podem ser solicitados e orientados para apoiar as atividades da catequese. É o momento de lhes propor participar na catequese familiar e/ou de adultos, tornar-se orientadores nas reuniões e cursos de pais, colaborar noutras instâncias da paróquia em que possam simultaneamente servir e aprender.

“PAIS PARCEIROS” - No terceiro nível, os pais são vistos como parceiros, pares e companheiros dos catequistas e professores, que os entendem e consideram tão aptos para as tarefas educativas específicas e para as comuns, tal como a si próprio. A partir deste nível, as crianças e adolescentes têm à sua disposição equipas concertadas de educadores, embora atuando essencialmente em espaços e tempos diversos. As diferenças de estatuto esbateram-se, partilham-se saberes e competências. Os pais são consultados, dão sugestões que são tidas em conta, têm oportunidade e público para defender os seus pontos de vista e são chamados para avaliar em conjunto. Também lhes é pedido que partilhem da sua experiência profissional, familiar e religiosa como “visitantes dos grupos”.

“PAIS COLABORADORES” - O quarto nível é o dos pais colaboradores, encorajados ativamente pelos responsáveis a trabalhar em conjunto e dividir tarefas com os catequistas. Estão presentes nos períodos em que há catequese para acompanhar as crianças que vão chegando, para receber e informar outros pais, para fazer a ponte com os outros serviços da paróquia. Os outros serviços podem e devem ser considerados recursos adicionais para a catequese uma vez que são espaços e atividades em que os jovens catequizandos vão aprendendo a viver a sua experiência de fé. Os pais colaboradores também auxiliam na produção de eventos e de materiais, tomando as decisões em conjunto com os catequistas, acompanhando a realização de atividades (festas, passeios, visitas, etc...).

Um aspecto importante da participação ativa dos pais colaboradores consiste em ter presente na catequese (planificação, implementação e avaliação) a voz dos pais, como veículo dos seus problemas, interesses, necessidades e testemunho. Estes ajudam a catequese a direccionar-se para os problemas reais das pessoas, às quais o testemunho cristão deve dar resposta. Também são agentes de evangelização uma vez que a sua participação na catequese, inicialmente a dos filhos, lhes fornece a formação e o apoio moral e humano necessários para viver cristãmente a sua vida, nos diversos locais que as suas responsabilidades proporcionam.

“EDUCAÇÃO PARTILHADA” - No quinto nível deixamos de ter “pais” e “catequistas” para desenvolver um sistema de educação partilhada. Os pais participam nas decisões (e tão diretamente quanto possível), têm todos uma colaboração direta que inclui a planificação e decisão. A catequese não é oferecida aos pais, é desenvolvida por estes, vivida por todos. Os pais são responsáveis pela catequese, pelos serviços de apoio, são catequistas e produtores de materiais. Os pais são também catequizandos e animadores de grupos diversos de apoio, integrados nos serviços paroquiais.

REALIZAR ENTREVISTAS E/OU VISITAS E ORGANIZAR REUNIÕES DE PAIS

ENTREVISTAS E/OU VISITAS

Embora seja uma tarefa morosa e delicada, é oportuno marcar uma entrevista e/ou visita com os pais dos catequizandos, mesmo dos adolescentes, para as primeiras semanas de trabalho. Estas entrevistas e/ou visitas, que na catequese de adolescentes podem contar com a participação dos próprios (caso os pais apoiem a sua catequese, o que nem sempre acontece), destinam-se a estabelecer uma relação direta e positiva entre catequistas e pais.

Há diversos modos de marcar entrevistas e/ou visitas com os pais, mas, mais importante que o meio a usar, é ter em consideração que: se marca com antecedência e no horário combinado previamente; da marcação deve constar o motivo da entrevista e/ou visita. Mesmo que o motivo seja um problema de comportamento, este não deve ser mencionado: usa-se um pretexto simpático, mas mais vago, como “analisar a situação/progressos/interesse do seu filho/educando”, “conversar sobre”.

A entrevista deve realizar-se pontualmente, num lugar adequado, agradável e recolhido, não sujeito a interrupções. Nunca deve ter lugar num corredor ou no meio da rua. Convém começar por apresentar os aspectos positivos e deixar para o fim, mas sem pressas, os mais difíceis de abordar, procurando sempre não acusar os catequizandos nem as famílias, mas antes obter a sua colaboração e boa vontade. Um bom (catequista) entrevistador sabe ouvir, toma notas da entrevista, não impõe uma teoria ou uma idéia, mas trabalha com a maior disponibilidade para resolver as situações e corresponder às necessidades do entrevistado e daquele que motivou a entrevista.

REUNIÕES DE PAIS

As reuniões de pais, que podem ter um caráter informativo e/ou formativo, também devem ser marcadas para horários acessíveis ao seu público e com a devida antecedência. O número e circunstância dos convidados determinarão a forma de comunicar, mas o conteúdo da comunicação deve ser claro, elegante e atraente, cuidando-se igualmente da apresentação: o objetivo é conseguir uma boa participação. A quantidade e qualidade da participação dos pais varia com a organização geral da reunião (horários, acessibilidades, local adequado e confortável, espaço para conviver), com o interesse dos temas e a qualidade dos animadores.

A principal forma de atrair os pais às reuniões é proporcionar-lhes uma experiência gratificante e nunca desistir só porque as primeiras tentativas tiveram pouca adesão. A melhor publicidade destes eventos é a direta, solicitando-se por isso aos pais presentes que avaliem a reunião e que, de futuro, tragam outros pais com eles.

Algumas reuniões poderão ser obrigatórias, como seja um encontro de informação ou sensibilização que anteceda as inscrições ou prévio a uma celebração determinada. Estas reuniões, embora preenchidas com muitas informações importantes, devem proporcionar outros elementos: conhecimento dos catequistas e equipa responsável (com indicações precisas sobre como obter futuros contactos), tema formativo, genérico, relevante e interessante (os temas relativos ao desenvolvimento psicológico e à identidade e missão da catequese) e um período de convívio entre todos (pode ser um intervalo), em que se oferece um café ou um pequeno lanche bem apresentado, que ajuda a descontrair e a criar laços.

Um espaço de partilha de opiniões deve ser orientado por um catequista experiente e bom comunicador, capaz de lidar com os discursos despropositados e as críticas mais negativas. Finalmente, como se estará numa paróquia ou reunidos em seu nome, a reunião deve ter um breve momento de oração, que pode ser animado pelos catequizandos mais velhos, sem descurar a beleza e emoção que pode proporcionar (usando música, projeção de imagens ou outros meios de comunicação).

De um modo geral, os pais interessam-se pelas atividades desenvolvidas pelos filhos e por isso um momento agradável das reuniões pode mostrar os filhos em ação: um pequeno registro vídeo, fotografias projetadas, slides com uma exposição de trabalhos, cumprem com o objetivo de ajudar os pais a entender a catequese dos filhos, podendo ser explorados como meio de lhes sugerir atividades a realizar em casa. As imagens devem ter boa qualidade, mostrar um conjunto variado de materiais e não deixar nenhuma criança ou adolescente de fora. Mais tarde, podem ser usadas para produzir postais ou calendários que sejam postos à venda para fins benéficos ou enriquecer uma página de internet.

CONCLUSÃO

As paróquias e os serviços de catequese que desejem melhorar e aprofundar a participação dos pais necessitam de sacerdotes e responsáveis que acreditem na possibilidade de estabelecer uma relação de parceria com os pais e que estão motivados para desenvolver uma pastoral de apoio total às famílias necessitam da inspiração de uma visão pastoral ampla, ter forte capacidade de liderança e serem capazes de trabalhar em equipa. Devem estar motivados para partilhar esta visão com todos os catequistas e com os demais responsáveis paroquiais, gerando nestes um elevado profissionalismo no atendimento às famílias, a promoção de um forte sentimento de satisfação nos pais e catequistas e proporcionando de forma contínua o investimento neste projeto.

Ajudar as famílias a serem melhores famílias e a educar os filhos de forma mais pessoal e adequada requer um poderoso investimento em meios humanos e materiais, o que também implica recolher e disponibilizar verbas a isso destinadas. A complexidade da tarefa foge à introdução de grandes e pesados projetos ou à planificação de verdadeiras “reformas”. De um modo geral, os problemas complexos e difíceis, mas prioritários como estes, beneficiam de uma rede de apoios mais simples, uma diversidade de oportunidades criadas que se estendem no tempo, se adaptam criativa e economicamente às circunstâncias e que persistem com grande paciência e um sentimento profundo de esperança no futuro e no efeito proporcionado pela soma de muitos pequenos bons resultados.

Finalmente, devem ser dadas responsabilidades aos catequistas, profissionais e pais que mostrarem ter vontade de trabalhar em benefício da ligação entre a catequese e a família, e entre a catequese e as pastorais setoriais, e que tenham demonstrado talento para tal tarefa, procurando estabelecer uma relação com todas as minorias presentes na comunidade paroquial.

Cristina Sá Carvalho

(Adaptado de Curso Geral, Formação na área da Psicologia, Tema 13),

A ser editado brevemente pelo SNEC)

Texto para introduzir no meio do texto anterior em caixa

O TRABALHO COM PAIS EM CIRCUNSTÂNCIAS PARTICULARES

“Um empenho pastoral ainda mais generoso, inteligente e prudente, na linha do Bom Pastor, é pedido para aquelas famílias que — muitas vezes independentemente da sua própria vontade ou pressionadas por outras exigências de natureza diversa — se encontram em situações objetivamente difíceis.

(...) Tais são, por exemplo, as famílias dos que emigrantes por motivos de trabalho; as famílias de quantos são obrigados a ausências longas, como, por exemplo, os militares, os marinheiros, os itinerantes de todo o tipo; as famílias dos presos, dos refugiados dos exilados; as famílias que vivem praticamente marginalizadas nas grandes cidades; aquelas que não têm casa, as incompletas, as mono parentais; as famílias com filhos deficientes ou drogados; as famílias dos alcoólicos; as desenraizadas do seu ambiente social e cultural ou em risco de perdê-lo; as discriminadas por motivos políticos ou por outras razões; as famílias ideologicamente divididas; as que dificilmente conseguem ter um contacto com a paróquia; as que sofrem violência ou tratamentos injustos por causa da própria fé; as que se compõem de conjugues menores; os anciãos, não raro forçados a viver na solidão e sem meios adequados de subsistência.

(...) Um problema difícil é o das famílias “ideologicamente divididas”. (...) Embora a parte fiel ao catolicismo não possa ceder, é preciso manter sempre vivo o diálogo com a outra parte.

(...) Outros momentos difíceis, em que a família tem necessidade de ajuda na comunidade eclesial e dos seus pastores, podem ser: a irrequieta adolescência dos filhos, contestadora e às vezes tumultuosa; o seu matrimonio, que os separa da família de origem; a incompreensão ou a falta de amor da parte das pessoas mais queridas; o abandono do conjugue ou a sua perda, a que faz começar a experiência dolorosa da viuvez; a morte de um familiar, que mutila e transforma em profundidade o núcleo originário da família. (…)”

Papa João Paulo II, Familiaris Consortio, 77.

Texto para introduzir no meio do texto anterior em caixa

UMA RELAÇÃO VITAL

“Sobre a relação dos catequistas com os Pais

Entender as suas próprias expectativas — quando ocorrem conflitos entre pais e catequistas, estes últimos devem perguntar-se sobre o que esperam das famílias e se as suas expectativas são realistas.

Entender o ponto de vista dos pais - «Como me sentiria se me tivesse acontecido a mim?»

Entender o desenvolvimento dos pais — tal como as crianças, os pais também crescem e se desenvolvem.

Perceber as suas próprias atitudes — os catequistas precisam de avaliar os seus sentimentos em relação aos pais e fazer uma tentativa consciente de comunicar com aqueles que lhes parecem os mais difíceis.

Aceitar a diversidade — os pais podem ser diferentes dos catequistas pela sua cultura, entre outras coisas, e estes devem aceitar os pais diferentes deles.

Dar apoio — os catequistas devem ter a quem recorrer quando têm conflitos.

Estabelecer limites apropriados para o seu próprio papel — os catequistas precisam identificar o seu papel no trabalho com os pais, tal como oferecer: informações e orientação de como educar crianças, apoio emocional, modelos de conduta, encaminhamento.

Pensar nas palavras que utilizam — os catequistas devem estar certos que usam a linguagem adequada para comunicar a mensagem certa.

Ter um conhecimento diferenciado — os catequistas precisam de construir uma relação de ajuda mútua que reforce o sentimento dos pais de que estes também possuem conhecimentos sobre como educar e orientar os filhos.”.

Os catequistas devem ser sensíveis às necessidades dos pais.

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